As cidades são encruzilhadas e crisóis: os pontos cosmopolitas são talvez os laboratórios da tolerância: sua historia testemunha fantasmas de contaminação. Dobras no imaginário, escândalo dos marginalizados, mas também a experiência do discordante e a permanência inevitável das verdades. O individuo habita como cidadão o gênero humano.
Este número do Physis tem como questão central o tema da política de saúde das grandes cidades e os desafios postos à tentativa de reestruturação da atenção básica, centrada no Programa de Saúde da Família (PSF), do Ministério da Saúde.
As grandes cidades brasileiras têm sido marcadas por movimentos pendulares de crescimento econômico e estagnação, de incorporação e exclusão social. Mais grave que a urbanização desordenada ou a insuficiência de serviços públicos, a falta crescente de oportunidades de integração econômica da população metropolitana vem condenando os mais carentes ao exercício de profissões pauperizadas e de atividades precárias, dificultando, cada vez mais, a produção de políticas publicas voltadas à melhoria da condição de vida dos mais frágeis.
A heterogeneidade, a desigualdade e a fragmentação, marcas do tecido urbano brasileiro, se expressam também nas precárias condições de saúde e nos processos de adoecimento, bem como nas dificuldades e diferenças no acesso e consumo dos serviços de saúde. Superpopulação, pobreza, desemprego, exclusão, violência e criminalidade configuram um espectro ampliado de problemas de saúde, que desafiam os gestores e se impõem à reflexão, na busca de novas soluções.
A Odontologia, como profissão de saúde, possui um importante papel no processo de transformação das políticas de saúde pública no Brasil. Para exercer tal papel de forma efetiva, temos o desafio de superar alguns obstáculos que têm distorcido, através dos anos, a percepção da sociedade de sua real importância no ideal de integralidade da saúde a ser alcançado. Tais obstáculos deverão ser superados em todos os cenários nos quais se dá a prática profissional, com uma participação social cada vez mais efetiva para que, fundamentada em uma realidade regionalizada, as ações de saúde possam ser pensadas, articuladas e executadas de forma intersetorial, aproximando-se ao máximo dos ideais de universalidade, integralidade e equidade que alicerçam o Sistema Único de Saúde Brasileiro.
Juntos, poderemos mudar a triste realidade que acomete nosso país!!
http://www.turmadobem.org.br/br/
Ola Clef,
ResponderExcluirMuito bem escrito este post...descreve bem a realidade da população de baixa renda, na questão da saúde pública.
Você descreveu com muita sensibilidade o papel da Turma do Bem na sociedade e nossa importância no futuro deste país, no que se refere a mudanças. Vc já é dentista do bem!
Sempre bom ler seus posts Clef.
Bjos
Andréa